quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quando a caridade vira orgulho

O indivíduo passa por problemas. Vicissitudes naturais da vida assolam sua tranquilidade, mas ciente dos mecanismos de reajuste, parte integrante de nosso processo evolutivo, ele segue em frente. As dificuldades o acompanham, mas a confiança no Mais Alto lhe dão forças para perseverar e seguir em frente.

Obviamente que os problemas afetam de certa forma seu semblante e sua aparência. Um ar mais grave, uma ponta de melancolia, um sorrir mais triste. Os sinais seriam até disfarçáveis, mas ninguém é de ferro.

E assim, preocupado mas confiante; triste, mas perseverante, o amigo segue em frente da melhor forma que consegue dentro de seu conhecimento Espírita.

A certa altura sua aparência chama a atenção do colega de trabalho no Centro Espírita. Este, sem o conhecimento íntimo do indivíduo passando por problemas, que só a amizade sincera e o tempo proporcionam, decide interceder. Está dotado das melhores intenções, claro, mas essas são as únicas ferramentas adequadas de que dispõe.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Necessidade x Merecimento

Mais dia menos dia encontramos situações que verdadeiramente nos testam os limites. Não os limites do que aprendemos em teoria dentro da Doutrina Espírita, mas sim do quanto dessa teoria já introjetamos em nossos corações, o quanto tiramos da teoria e de fato colocamos em prática. As situações são as mais variadas, e vêm calculadamente de encontro às nossas necessidades evolutivas. Questões de saúde pessoal ou de entes queridos, questões financeiras, violências sofridas, traições de confiança dos mais variados matizes, e por aí vai.

E quando ocorrem somos chamados à tarefa hercúlea de ultrapassar a dor, arregimentar toda a nossa confiança no Mais Alto e por em prática os ensinamentos Cristãos e Espíritas de que dispomos.

Fácil? De jeito nenhum, obviamente. Mas existe outro curso útil de ação? Não, definitivamente.

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O calado sempre vence

A frase acima me foi dita ontem pelo sensato dirigente de nosso grupo mediúnico. É uma versão mais sensata (como só poderia ser, saindo de sua boca) para a popular “em boca fechada não entra mosquito”, ou para a tão popular quanto “quem fala demais dá bom-dia a cavalo”.

A frase foi parte da resposta a um questionamento meu: “qual a atitude mais adequada a tomar quando testemunhamos um companheiro da Casa Espírita agindo de forma contrária aos interesses da Doutrina e aos direcionamentos da própria Casa?”. A pergunta, por sua vez, foi um pedido de esclarecimento que surgiu como reação à mensagem recebida ao fim da sessão, afirmando que as discussões em torno do conteúdo bibliográfico da Feira do Livro (vide artigo anterior) não eram úteis. “A palavra não ajuda” foi uma das expressões usadas pelo amigo do Mais Alto. Por sua vez, ainda, a mensagem do amigo espiritual aludia às reações contrárias e críticas ao conteúdo bibliográfico da Feira do Livro, assunto de meu último artigo.

E como resultado da mensagem eu, que escrevi tantas dessas palavras, me senti tolo por tê-lo feito, e confuso sobre como deveria agir no futuro.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Prioridades


Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpas aos leitores (aos não mais que cinco, estou certo, que ainda acompanham esse blog) pela ausência de artigos na semana passada. Espero ser mais assíduo daqui para frente, com dois artigos por semana.

Ah, e reparem que o formato muda a partir de hoje, por sugestão de meu amigo e colega Pedro Valiati. Muito obrigado pela sugestão, Pedro!

Mas vamos ao que interessa, o artigo de hoje:
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A Feira do Livro Espírita foi linda e muito bem organizada. Mais de mil títulos disponíveis, organizados impecavelmente por mais de trezentos voluntários para o evento de dois dias. Além dos livros em si, autores presentes para explanações e autógrafos; palestras doutrinárias realizadas por oradores ilustres; uma praça de alimentação agradável, com atendentes de muito bom humor e quitutes especialmente escolhidos para agradar a todos. Um dos maiores — senão o maior — evento desse tipo do interior do estado, uma beleza.

Tudo perfeito, digno de admiração, e aplauso e muita gratidão aos organizadores que nos brindaram com tão belo e importante evento. Mas será que estava tudo perfeito mesmo? Bem, em que pese o quesito organização merecer nota máxima, um aspecto precisa ser comentado. Uma volta pelo ginásio em meio aos livros evidenciava um claro ponto de melhoria para os próximos anos. Em meio a várias edições respeitáveis de autores sérios e dedicados à causa Espírita, alguns títulos causavam admiração e mesmo espanto.

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O zelo pelo termo "Espírita"

Estava eu navegando pela Internet quando de repente me deparei com um anúncio inusitado, dizendo algo na linha de “Risco de divórcio? Nós podemos ajudar. Centro Espírita ...”. É óbvio que fiquei curioso e resolvi checar. Achei que fosse alguma Casa Espírita oferecendo explicitamente serviços de aconselhamento de acordo com a Doutrina e lá fui eu para ver que tipo de serviço nossos irmãos de seara estariam disponibilizando.

Para meu espanto, o que encontrei não tem nada de “Centro”, e muito menos de “Espírita”. Escrito em um dialeto estranho que só muito de longe se assemelha ao português, o site da suposta instituição já revela suas intenções na página principal, com um banner colorido onde está escrito “Tarô”, com uma ilustração de cartas desse tipo. Mais abaixo o leque de “serviços” oferecidos: pacto de riqueza, sucesso empresarial, amarração, problemas conjugal (sic), e por aí vai. Só com muito custo consegui dominar os sentimentos menos caridosos que me invadiram ao ler as diatribes escritas nas páginas do tal site.

Diante de mais esse absurdo, decidi fazer uma rápida pesquisa no Google, buscando pela expressão “Centro Espírita”, e o resultado não é muito diferente. Em meio a várias Casas Espíritas de renome e com anos de trabalho em prol da Doutrina codificada por Kardec, é fácil encontrar casas de Umbanda, centros espiritualistas de toda sorte e outras instituições disjuntas do Movimento Espírita.

E me vem a pergunta: por que será que as instituições espiritualistas ainda teimam em se dizer “Espíritas”? Pois não foi o próprio Kardec quem deixou explícita a explanação de que “Para se designarem coisas novas são precisos termos novos”, pois “assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras”? Pois é, ao que parece, poucos têm essa preocupação com a clareza das ideias e dos conceitos.

Penso que seja outra responsabilidade nossa como Espíritas: zelar não só pela Doutrina, mas também pelo nome da Doutrina. Quantas vezes não ouvimos pessoas se dizendo Espíritas para logo em seguida informarem o nome do terreiro de Candomblé que freqüentam? E creio que faríamos bem em pelo menos esclarecer estas pessoas quanto à origem e a fundamentação por trás do termo. Mais ainda, quando alguém que for leigo no assunto, ouvindo que somos Espíritas, perguntar se somos “de mesa branca, Umbanda ou Candomblé”, devemos dizer que somos simplesmente Espíritas (e não “Espíritas Kardecistas, ou outras denominações não estipuladas pelo próprio Kardec), e que o termo se aplica a quem adota a Doutrina dos Espíritos como revelada por eles mesmos e codificada por Allan Kardec. Devemos esclarecer ainda que o Espiritismo é uma doutrina de tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso, e que no aspecto religioso trata-se de uma doutrina fundamentalmente Cristã. Por fim, devemos esclarecer que as demais denominações são espiritualistas, pontificando a diferença entre os dois termos.

Até porque se nós Espíritas não fizermos isso, continuaremos a ver nossa querida Doutrina Espírita confundida com as demais denominações, e o prejuízo continuará sendo de todos.